segunda-feira, 21 de maio de 2012

Embarque nesse Carrossel – Relembre a repercussão da novela Mexicana no Brasil

O remake que o SBT está fazendo de “Carrossel” só começa na próxima segunda-feira (21), mas de antemão vamos relembrar um pouco como foi a primeira versão da novela e o que sua exibição causou aqui no Brasil.
Para quem não sabe, em janeiro de 1991, “Carrossel” poderia ter sido comprada pela Rede Globo. A novela que sugou a audiência de “O Dono do Mundo” (novela das oito da época) e “Jornal Nacional” (o índice alcançado pela mexicana chegava a 30 pontos contra 39 do telejornal) foi oferecida à emissora carioca, mas passou despercebida devido ao fato de ser direcionada a crianças. Logo depois, o SBT arrematou a novela por US$ 300 mil.
“Carrossel” estreou no dia 20 de maio de 1991 (o remake do SBT estreia quase exatos 21 anos depois), e abriu discussões: sociólogos e psicólogos tentavam explicar o sucesso da novela, que a cada semana que passava tirava o sono da Globo, que via sua audiência no horário nobre ameaçada por uma produção mexicana.
A explicação era muito óbvia: “Carrossel” apresentava diálogos objetivos, o caráter do personagem era visível desde a primeira vez em que entrava em cena, além de ter sido uma trama ágil, com nada que se arrastasse durante meses. 
Era uma sequência de problemas da vida – que todos têm -, que era solucionado em questão de poucos capítulos. Um círculo vicioso para quem assistia. Problemas de crianças na escola, como aquele que não fez o dever de casa ou aquele que sofre no recreio, atormentado por um “grandão”, eram retratados com certa peculiaridade.
Para terem uma ideia, o SBT preparou vídeos de alguns famosos falando bem da novelinha. O Ministro da Educação da época, Carlos Chiarelli, chocou a muitos, quando declarou no ar que assistia “Carrossel”. No vídeo, Chiarelli dizia que a novela revivia um pouco o tempo que todos tivemos na escola e que ali estava o gordo, magro, rico e o pobre. “E que nós, que vivemos em um mundo de tanta violência, de tantas fantasias e ilusões, possamos parar e nos debruçar um pouco num mundo tão grande e tão pequeno das salas de aula”, dizia. O texto terminava com o Ministro dizendo que a novela fazia um bem muito grande. Além dele, figuras como Paulo Maluf e Lula também prestaram depoimentos à novela.
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Gabriela Rivera, a professorinha Helena da primeira versão, virou uma mega celebridade no Brasil. Fato que lhe rendeu um contrato de exclusividade milionário com a marca Pullman e um encontro com o então Presidente da República, Fernando Collor de Mello, na rampa do Palácio do Planalto, onde foi cercada por quase 3 mil crianças, em um encontro memorável.
Com um investimento irrisório, o SBT, com essa aquisição, marcou toda uma geração. “Carrossel”, na verdade, foi um divisor de águas e virou referência no gênero. A novela teve duração de 11 meses, 375 capítulos e terminou no dia 20 de abril de 1992. 
Agora, é muito provável que o remake do SBT não dure todo esse tempo e não consiga todo esse barulho e repercussão que a versão original causou. Os tempos são outros, e as crianças também. De qualquer forma, acredito que valha a pena conferir como ficou a atriz Rosanne Mulholland com seu rostinho meigo e angelical no papel de Helena, bem como seu algoz, a professora Suzana, interpretado por Lívia Andrade.
“Carrossel” estreia HOJE,segunda-feira (21), às 20h30.
por Thiago Forato/ NT

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